Cuidar da saúde é importante o ano todo, mas o inverno requer um pouco mais de atenção.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a umidade ideal do ar é em torno de 60%, índices inferiores não são adequados para a saúde humana. Desse modo, a Defesa Civil alerta que a umidade abaixo de 20% não é recomendável para a saúde.
Alguns problemas são decorrentes da baixa umidade do ar, como complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento da mucosa nasal e garganta. Existem pessoas mais sensíveis que sentem mais esse ressecamento, sendo necessário o uso de soro fisiológico e até remédios para aliviar o sintoma. E quem sofre também com esse problema, são os usuários de cpap e de sistemas de oxigenoterapia.
O uso do cpap pode trazer alguns efeitos colaterais como a congestão nasal e o ressecamento das vias aéreas. O fluxo contínuo de ar disparado pelo aparelho diretamente nas vias respiratórias pode ocasionar desconforto, gerando esses sintomas.
No processo respiratório é na cavidade nasal que o ar torna-se condicionado, ou seja, é filtrado, umedecido e aquecido. Com o fluxo de ar constante nas vias aéreas, esse procedimento não acontece. O ar seco irrita a mucosa nasal causando o edema e consequentemente levando a dificuldade da passagem de ar. Este fato pode ser resolvido com o uso do umificador.
A umidificação alivia a irritação melhorando a respiração. O umidificador acaba sendo um grande aliado nessa situação. A umidificação, em especial a aquecida, tem sido usada para aliviar esses sintomas nasais de pacientes que utlizam o cpap. Ela mantém o ar quente e úmido tornando a respiração mais natural durante o sono e, consequentemente, mais confortável.
A umidificação é opcional e o nível de umidificação pode ser ajustado manualmente pelo próprio paciente de acordo com a necessidade. Principalmente para quem mora em regiões de clima seco, para as épocas mais frias e secas do ano e também para quem utiliza pressões mais elevadas. Acaba ajudando também na adesão do tratamento causando um maior conforto.
Quem também enfrenta esse problema de ressecamento são os usuários de sistemas de oxigenoterapia como: cânula nasal, máscara facial simples, máscara com reservatório, máscara de traqueostomia e máscaras de venturi.
O fato da utilização ou não da umidificação sempre foi uma incógnita. Verifica-se que, de acordo com a literatura, não é necessário o uso de umidificação quando utilizados fluxos de oxigênio abaixo de 4 L/min pela cânula nasal. Pois a própria nasofaringe consegue umidificar corretamente esse fluxo de oxigênio ofertado. Porém, quando utilizado um fluxo maior que 4 L/min é necessário o uso da umidificação, pois a nasofaringe não consegue umidificar o ar entregue em um fluxo mais alto.
Quanto aos pacientes traqueostomizados, independente do fluxo, sempre é necessário o uso da umidificação artificial, pois o oxigênio está sendo entregue diretamente à traqueia do paciente, não passando pela nasofaringe.
O nariz é o órgão responsável por umidificar o ar, e quando a umidade relativa do ar está baixa, ele é o mais afetado. Por isso é tão importante hidratar as mucosas nasais com soro fisiológico ou soluções em gel. A obstrução nasal leva a uma piora na qualidade de vida, podendo ocasionar o ressecamento oral e até mesmo à diminuição do olfato. Por isso a importância dos cuidados diários com as vias aéreas e hábitos diários de cuidados com a higiene nasal.
A lavagem nasal diária com soro fisiológico pode trazer muitos benefícios e não causa efeitos colaterais, e o hábito pode levar à melhora significativa da qualidade do sono, da respiração, da garganta seca, da tosse e proteção contra doenças respiratórias.
Os portadores de doenças respiratórias crônicas como rinite, sinusite, DPOC e asma precisam ficar ainda mais atentos nessa época. Baixa temperatura e baixa umidade do ar faz com que se torne comum ficarmos mais tempo em ambientes fechados, que são ambientes propícios para a propagação de vírus e bactérias.
É importante manter o ambiente limpo e arejado, além da via aérea umidificada prevenindo complicações pulmonares e evitando assim, as temidas crises respiratórias.
Realizar exercícios físicos regularmente e manter-se hidratado também ajuda a prevenir as crises.
Entretanto, caso as crises respiratórias apareçam deve-se seguir corretamente as recomendações médicas.