Escolher o equipamento certo e saber manuseá-lo minimamente é um passo importante no cuidado de pacientes em assistência domiciliar em ventilação mecânica, seja invasiva ou não invasiva.
Desafios acontecerão no dia a dia, mas existem profissionais que podem ajudá-lo a atravessar muitos deles.
O crescente envelhecimento da população, bem como a presença de comorbidades, eleva a chance de internações hospitalares com necessidade de assistência ventilatória invasiva.
A ventilação mecânica invasiva é um tratamento cotidiano em pacientes de terapia intensiva e sua interrupção deve ser feita no menor tempo possível, conforme demonstram diversos estudos no assunto.
Entretanto, cerca de 20% dos pacientes evoluem com dificuldade no processo de desmame, permanecendo durante semanas ou até mesmo não conseguindo sair dessa fase, e é nessas situações que se indica a .
Atualmente, após décadas de avanço tecnológico, estratégico e terapêutico, há progressivamente, um aumento na sobrevida e qualidade de vida desses pacientes, principalmente após o início da assistência domiciliar de alta complexidade.
Muitos destes pacientes necessitam, quando em domicílio, de assistência 24 horas, o que é um desafio ao paciente, seus familiares e aos sistemas de saúde.
Não há período esclarecido em que um paciente deva permanecer em ventilação mecânica, podendo variar de horas a meses ou até mesmo anos, incluindo o uso de traqueostomia, a depender do quadro clínico e patologia.
Até a década 90, a maior parte dos pacientes dependentes de ventilação mecânica, permaneciam na unidade de terapia intensiva (UTI), porém os altos custos hospitalares gerados eram desproporcionais quando comparados a outros pacientes.
Naquela época, apenas um quarto dos pacientes iam para casa em ventilação mecânica domiciliar. Nos dias de hoje, a assistência domiciliar em ventilação mecânica faz cada vez mais parte da realidade e tornou-se uma opção viável para pacientes com insuficiência respiratória crônica.
Hoje em dia, a ventilação mecânica não invasiva é largamente utilizada em domicílio, seja como tratamento de patologias diversas ou como prevenção de piora clínica em pacientes de patologias crônicas de diversas etiologias.
Nestas situações de ventilação não invasiva, podemos citar os pacientes portadores de DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), Distrofia Muscular de Duchenne, Fibrose Pulmonar, entre outros que não estejam dependentes da ventilação como suporte de vida e, portanto, em uso de equipamentos CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) ou Biníveis (BIPAP ou VPAP).
Há, portanto, um conhecimento e preocupação nos custos de terapias hospitalares, tanto para o sistema de saúde público, quanto para o privado e até mesmo para o paciente, haja visto, os altos custos relacionados a cada internação, medicamentos, exames etc. Os custos podem quadriplicar, em se tratando de diárias de UTI e pacientes de alta complexidade.
A assistência domiciliar veio então possibilitar a desospitalização destes pacientes crônicos e de alta complexidade, para que deem continuidade ao tratamento, porém fora do ambiente hospitalar.
O benefício da assistência domiciliar em ventilação mecânica e todo o processo que a engloba não se resume ao custo, há benefícios fisiopatológicos como uma menor exposição a infecções hospitalares.
A presença do ambiente familiar do domicílio contribui para uma ação benéfica na qualidade de vida e tudo se reflete positivamente no processo de reabilitação.
Atualmente a gama de quadros clínicos e patologias que se beneficiam da ventilação mecânica domiciliar, seja invasiva ou não invasiva, é diversa e está em constante evolução.
É importante ressaltar que os cuidados do paciente de alta complexidade em domicílio deve ser conduzido por uma equipe multidisciplinar competente composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos.
O processo de desmame ventilatório deve continuar no domicílio e ser conduzida pelo profissional fisioterapeuta em conjunto com o médico responsável.
O fisioterapeuta é o profissional capaz de conduzir o processo de desmame da ventilação mecânica invasiva, para a não invasiva até sua descontinuidade e o apoio da família e do próprio paciente neste processo pode determinar seu sucesso.
Pacientes com doenças neuromusculares degenerativas, como a ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) podem progredir a necessidade de assistência ventilatória ao longo da doença de ventilação não invasiva para a invasiva.
Há ainda a possibilidade de o paciente apresentar tosse ineficiente e incapacidade em mobilizar secreções, e para estas situações, pode estar indicada a utilização de dispositivos de insuflação-exsuflação mecânica (máquina de tosse) que auxiliam na mobilização de secreções e tosse, chamado CoughAssist.
Grandes limitações físicas podem acometer pacientes domiciliares de alta complexidade como úlceras por pressão, encurtamento muscular, fraqueza, constipação entre outras e a equipe deve estar atenta para agir em cada situação.
Os familiares necessitam da assistência e apoio de uma equipe profissional capacitada para que todos os cuidados e decisões sejam tomadas com consciência das vantagens e desvantagens de cada etapa.
É possível alcançar níveis adequados de qualidade de vida com o uso de ventilação domiciliar, porém isto é diretamente dependente de adequação de pessoal treinado, equipamentos especializados e informação de suas limitações a pacientes e familiares.
A escolha do equipamento certo para a assistência domiciliar em ventilação mecânica e dos acessórios adequados
Quando se trata de ventilação mecânica não invasiva domiciliar, a máscara nasal é a interface mais utilizada, porém outras possibilidades são possíveis como máscara oronasal, facial total e a peça bucal. A escolha dependerá da tolerância do paciente e da eficiência da ventilação.
A traqueostomia é reservada para pacientes com disfunção pulmonar avançada ou disfunção importante da musculatura ventilatória. O tipo de cânula e a complexidade da assistência para estes pacientes deverá ser determinada pela equipe multidisciplinar que acompanha o paciente a depender da etiologia da necessidade de suporte ventilatório para a elaboração de estratégias para alcançar o sucesso do processo de reabilitação motora e respiratória.
Independentemente da equipe multidisciplinar presente no domicílio do paciente, ter um apoio técnico relacionado aos equipamentos necessários para uso no dia a dia é de grande valia visando manter uma constante na terapia.
A família deve escolher cuidadosamente a empresa que fornecerá os equipamentos ao paciente, sejam concentradores ou cilindros de oxigênio, ventiladores mecânicos domiciliares, CPAP, BIPAP, CoughAssist e seus acessórios.
A empresa escolhida deverá orientar a família, o paciente e/ou equipe profissional presente no domicílio quanto ao manuseio e manejo do equipamento, bem como fornecer apoio técnico em caso de dúvidas, além de possuir um processo claro e ágil em casos de manutenção seja ela preventiva ou corretiva de cada equipamento.
A Physical Care possui profissionais com expertise técnica de equipamentos respiratórios e do sono, que além de todo apoio técnico ao manejo e manuseio dos equipamentos, auxiliam na escolha dos equipamentos e acessórios ideais em cada situação, seja o modelo do equipamento e até mesmo o tamanho e modelo de interfaces (máscaras).
Na Grande São Paulo ou na Grande BH nossos fisioterapeutas podem realizar uma visita presencial para todo esse auxílio.
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