Há quem diga: eu só ronco de barriga para cima. Será que isso é realmente real? Será que a terapia posicional pode resolver esses casos?
O uso de dispositivos como um travesseiro ou cintas especiais podem realmente ajudar a solucionar esse problema?
Muita gente ronca, mas apesar de parecer algo normal ou natural, o ronco pode esconder um problema muito sério, a apneia obstrutiva do sono (AOS).
DISTÚRBIOS DO SONO – RONCANDO SÓ DE BARRIGA PARA CIMA
Durante o período do sono, há uma diminuição no tônus muscular da musculatura da faringe, o que pode causar uma diminuição (hipopneia) ou interrupção (apneia) da passagem do ar.
Essa situação pode causar vários malefícios a saúde a longo prazo, incluindo irritabilidade, falta de concentração, sonolência diurna, até infarto (IAM), derrame (AVC), hipertensão (HAS) e diabetes (DM).
O ronco é o barulho da vibração dessas estruturas quando o ar passa por uma região estreitada.
Vale lembrar que a presença de ronco unicamente não define o diagnóstico de AOS. O apneico é sim um roncador, entretanto um roncador nem sempre é apneico.
Há portanto, o que chamamos de ronco primário, ao qual o indivíduo ronca, mas não tem AOS.
E há pessoas que só apresentam eventos respiratórios apneicos exclusivamente ou predominantemente na posição supina, a famosa “barriga para cima”.
Ainda não se sabe exatamente a prevalência deste grupo de pessoas, mas estima-se que ultrapasse 50% da população de meia idade e 75% da população com AOS.
A AOS posicional atinge normalmente adultos mais jovens, mais magros e com índices de apneia menos grave.
DIAGNÓSTICANDO O RONCO POSICIONAL
Pacientes que possuem um IAH (índice de apneia e hipopneia) pelo menos duas vezes maior em posição supina quando comparada com outras posições durante o sono, são considerados portadores de apneia posicional.
Uma Polissonografia pode diagnosticar diversos distúrbios do sono, inclusive a AOS posicional através da presença de eventos respiratórios exclusivamente em posição supina.
O ronco primário também pode ser observado na PSG, descartando a presença de AOS no roncador, independente a posição do sono.
Será que a terapia posicional pode resolver esses casos de ronco primário ou AOS posicional onde aparece o ronco de barriga para cima?
TERAPIA POSICIONAL PODE RESOLVER O RONCO DE BARRIGA PARA CIMA?
Recebe o nome de terapia posicional o tratamento para evitar a posição supina durante o sono, desde que seja eficiente na redução dos níveis de IAH, elevação da saturação mínima de oxigênio (oxigenação no sangue), mantendo boa arquitetura e eficiência do sono.
Dessa forma, pacientes que não toleram o uso do CPAP, podem utilizar terapias posicionais como estratégia de melhora na qualidade do sono.
Já há estudos relatando que até o posicionamento da cabeça (para direita ou esquerda), com o indivíduo dormindo na posição supina (barriga para cima) pode diminuir o aparecimento de eventos respiratórios.
Pacientes com AOS leve e moderada apresentaram maior probabilidade de apresentar melhora no aparecimento de eventos respiratórios e se beneficiar dessa posição.
Por outro lado, o sono é um evento dinâmico, ou seja, durante a noite passamos pelas fases do sono e junto a isso nos movimentamos, o que tiraria a cabeça de uma posição eficaz, levando ao aparecimento de eventos respiratórios.
Outros exemplos incluem objetos nas costas para impedir o indivíduo de ficar de costas (cinta posicional ou bola de tênis), travesseiros especiais ou alarmes que vibram quando a pessoa fica de costas.
CINTA POSICIONAL
A ideia da cinta é não permitir que o paciente consiga dormir de barriga para cima. Ela fica posicionada nas costas, impedindo a posição supina de forma mecânica.
Este tipo de dispositivo parte do princípio de que em posição supina a base da língua entra em colapso na parte de trás da garganta, levando a um estreitamento das vias aéreas e a obstrução da respiração, o que ocorre na AOS posicional ou o ronco primário.
Uma tentativa de baixo custo seria costurar um bolso nas costas de uma camiseta e colocar uma bola de tênis dentro.
Parece incomodo para você? Há algumas outras alternativas.
TERAPIA VIBRATÓRIA ANTI RONCO
Esta terapia parte do mesmo princípio de evitar que o paciente durma de barriga para cima, mas ao contrário da cinta anti ronco ou da bola de tênis costurada na roupa, ela não impede que o indivíduo vire na posição supina.
Este dispositivo possui um algoritmo que permite reconhecer que o paciente está na posição supina e atua por proporcionar vários níveis e padrões de vibração que permitem uma resposta eficaz de mudança de posição, minimizando o aparecimento de eventos respiratórios.
TRAVESSEIRO CPAP COMFORT
Se a idéia é conforto, além de conseguir uma terapia postural ergonomicamente correta, a sugestão é trocar o travesseiro por um que consiga isso tudo.
O travesseiro CPAP Comfort foi desenvolvido por nós, a partir da necessidade de atender nossos clientes com a mesma excelência de sempre.
Inicialmente desenvolvido para usuário de CPAP, auxiliando a correta postura do ombro e pescoço, além de acomodar a máscara de maneira confortável, minimizando vazamentos de ar e conferindo conforto.
Associado a esses benefícios, observou-se melhora nas dores musculares cervicais, por sua característica anatômica, respeitando a curvatura dos ombros e da coluna cervical.
Conta com recortes especiais para a acomodação da cabeça, ombro, pescoço e máscara de CPAP/BIPAP, quando usada.
Em decúbito lateral auxilia no posicionamento não só do ombro e da coluna, mas da mandíbula, auxiliando a postura, mas podendo manter as vias aéreas abertas.
Portanto, hoje, este dispositivo é indicado a qualquer indivíduo, seja roncador primário, portador de AOS posicional ou não, usuário ou não de CPAP, com dores cervicais ortopédicas ou apenas para um sono confortável.
Além de suas características posturais, possui ajuste de altura, antifungos, antiácaros e retardante a chamas.
COMO DEFINIR QUEM SE BENEFICIA DA TERAPIA POSICIONAL?
Os estudos realizados até o momento demonstram um bom resultado das terapias posicionais, entretanto menos eficazes do que o tratamento com CPAP, mas com uma adesão maior a curto prazo. Não há ainda informações a longo prazo sobre os efeitos da terapia posicional.
O fato é que a medicina evolui a cada instante, onde a terapia do sono individualizada mostra a eficácia do tratamento.
A terapia do sono não pode ser um tratamento generalizado, pois nem sempre o que dá certo para um paciente, dará para todos.
Há diversos fatores sociais, ambientais e até genéticos que vão diferenciar as necessidades de cada indivíduo, sendo necessária uma abordagem terapêutica personalizada.
Outro fator que envolve o sucesso da terapia seja ela posicional ou com intervenção conservadora e até cirúrgica é a atuação da equipe multidisciplinar, abrangendo muitas vezes mais de um tipo de terapia para que a qualidade do sono seja restaurada.
Aqui na Physical Care é assim, terapia personalizada, envolvendo uma equipe multidisciplinar, envolvendo o paciente nas tomadas de decisões, juntamente com o médico e outros profissionais, quando necessário.
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Fontes:
- https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36738327/
- https://www.scielo.br/j/bjorl/a/krPswkKgSV434YSxfQZ6x9C/
- https://lbotler.odo.br/terapia-posicional-para-apneia-obstrutiva-do-sono/
- https://www.philips.pt/a-w/about/news/archive/standard/news/press/2020/20200610-positional-apnea-and-nightbalance.html
- https://www.cochrane.org/pt/CD010990/AIRWAYS_intervencoes-que-fazem-pessoas-ficarem-de-lado-para-dormir-sao-melhor-maneira-de-tratar-apneia#:~:text=A%20terapia%20posicional%20%C3%A9%20uma,a%20pessoa%20fica%20de%20costas.
