O ronco é relativamente comum e, em muitos casos, considerado normal. Estima-se que cerca de 30% a 50% dos adultos ronquem em algum momento durante o sono, mas a verdade é que o ronco pode ser considerado um vilão, ou será um aviso amigo de que sua saúde pode estar em risco!?

O ronco pode não ser  motivo de preocupação, especialmente se não estiver associado a outros sintomas ou problemas de saúde, no entanto, em alguns casos, o ronco pode ser um sintoma de distúrbios do sono mais graves, como a apneia obstrutiva do sono (SAOS), já tão explicada neste blog!

COMO OCORRE O RONCO?

O ronco é um fenômeno comum que ocorre durante o sono e é causado pela vibração dos tecidos moles na garganta, incluindo a língua, o palato mole (céu da boca) e a úvula (sininho/campainha da garganta), devido à passagem de ar restrita.

Pode variar de suave a extremamente alto e pode ser intermitente ou contínuo.

Enquanto muitas pessoas roncam ocasionalmente, especialmente durante um resfriado ou quando estamos congestionados, o ronco crônico merece atenção.

CAUSAS DO RONCO

Várias razões podem levar ao ronco, incluindo:

• Relaxamento dos músculos: Durante o sono, os músculos da garganta relaxam, o que pode levar ao estreitamento das vias respiratórias, dificultando a passagem do ar.
• Obstrução nasal: Problemas como sinusite, alergias ou um desvio de septo podem obstruir as passagens nasais, forçando a respiração pela boca e contribuindo para o ronco.
• Obesidade: O excesso de gordura ao redor do pescoço pode comprimir as vias respiratórias, tornando o ronco mais provável.
• Consumo de álcool: O álcool relaxa os músculos da garganta, o que pode aumentar a probabilidade de ronco.
• Posição do sono: Dormir de costas pode fazer com que a língua e o palato mole caiam para trás da garganta, obstruindo parcialmente as vias respiratórias.
• Idade: o ronco torna-se mais comum à medida que envelhecemos, devido ao enfraquecimento dos músculos da garganta e à perda de elasticidades dos tecidos.

VILÃO OU AVISO AMIGO?

Embora o ronco por si só possa ser apenas um incômodo para os parceiros de cama, também pode ser um sintoma de distúrbios do sono mais graves, como:

• Apneia do sono: um distúrbio caracterizado por pausas na respiração durante o sono. Pode estar associada ao ronco alto e crônico, seguido de períodos de silêncio, indicando uma obstrução completa das vias aéreas.
• Síndrome das pernas inquietas: nesta síndrome o indivíduo sente uma necessidade irresistível de mover as pernas durante o sono devido a sensações desconfortáveis.
• Insônia: o ronco, quando constante, especialmente quando associado a distúrbios respiratórios, pode interromper o sono e levar à insônia.

COMO SABER SE MEU RONCO CAUSA APNEIA?

O diagnóstico do ronco geralmente envolve uma combinação de história clínica, exame físico e, em alguns casos, testes especializados.

Os passos mais comuns para o diagnóstico do ronco envolvem uma entrevista médica, exame físico, avaliação do parceiro, questionários de avaliação do sono, polissonografia (exame do sono), testes de oximetria de pulso.

Com base nos resultados dessas avaliações, o médico poderá determinar se o ronco é um problema isolado ou se está associado a distúrbios mais graves do sono, como a apneia do sono.

EXISTE TRATAMENTO PARA O RONCO?

O tratamento adequado será então recomendado com base no diagnóstico, e podendo incluir mudanças no estilo de vida, como perda de peso, evitar o consumo de álcool antes de dormir, dormir de lado em vez de de costas, e o uso de dispositivos médicos como CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas) para manter as vias aéreas abertas durante o sono.

Adesivos nasais, dispositivos intraorais e em alguns casos, cirurgias também podem ser recomendados para corrigir problemas estruturais que contribuem para o ronco, além da realização de fonoterapia especializada para essa musculatura.

O ronco pode, de fato, ter alguns impactos sociais negativos, especialmente se for severo, levando a distúrbios do sono dos parceiros, constrangimento em situações sociais, dificuldades em relacionamentos, restrições de atividades sociais, estigma e discriminação (as famosas “piadinhas sem graça” da pessoa que ronca).

Em suma, o ronco não deve ser ignorado, pois pode ser um indicador de problemas de saúde subjacentes.

Ao abordar os distúrbios do sono, podemos melhorar não apenas a qualidade do sono, mas também a saúde geral e o bem-estar.

Então se você ronca ou convive com alguém com esse sintoma, busque atendimento médico e lembre-se que aqui na Physical Care possuímos os exames diagnósticos do sono, além das terapias com CPAP e fonoterapia especializada!

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