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No Dia Mundial da Saúde um dos melhores remédios para uma vida saudável, segundo especialistas, é uma boa noite de sono.
Manter uma alimentação saudável e praticar exercícios regularmente são hábitos importantes para a boa saúde, mas não é tudo. Apesar de menos difundidos, os distúrbios do sono não afetam apenas o humor do indivíduo, eles podem desencadear uma série de doenças graves.
Pessoas com problemas para dormir podem, com o passar dos anos, apresentar hipersonolência diurna, déficit de atenção, ansiedade, alteração de memória, estresse, alterações do humor e aumento de peso. Ao longo do tempo, esses sintomas podem levar a distúrbios metabólicos, como por exemplo, diabetes e alterações cardiovasculares (hipertensão, infarto, acidente vascular encefálico) o que aumenta os riscos à saúde da população.
Além disso, estudos mostram a chance para acidentes automobilísticos é duas vezes maior com motoristas que sofrem privação do sono.
A Dra. Fabíola Piffer, da Physical Care, fisioterapeuta especialista em pacientes que apresentam distúrbios do sono, explica que enquanto o indivíduo dorme ocorre a liberação de diversos hormônios que são responsáveis pela regulação de todo sistema cardiovascular, que também são responsáveis pela fixação da memória e do aprendizado. “Esses processos ocorrem normalmente na fase de sono profundo e sono REM, que são as fases minimizadas ou até ausentes em pacientes com distúrbios do sono, e esse é o ponto onde começam os prejuízos à saúde”.
Segundo ela, existem alguns grupos mais suscetíveis a apresentarem esse tipo de distúrbio, como os obesos, orientais e idosos, mas isso não configura uma regra. “Muitos fatores podem interferir como a depressão associada à insônia, alterações de vias aéreas superiores, como o aumento das amígdalas, desvio de septo ou outras alterações anatômicas. Por isso é extremamente importante consultar um especialista em sono para um diagnóstico preciso”, ressalta.
Piffer observa que para diagnosticar e tratar possíveis distúrbios é fundamental uma boa anamnese (verificação do histórico do paciente, queixas, sinais e sintomas), a realização de exames complementares e a atuação de uma equipe multidisciplinar.
O empresário Fábio Di Marco, de 28 anos, conta que há anos tem sérios problemas para dormir. “Sinto muito sono, mas tenho dificuldade para dormir e raramente sonho. O pior é que mesmo dormindo oito horas por noite, acordo sempre cansado, por isso algumas vezes preciso tomar remédios para me ajudarem a dormir, mesmo sem ter consultado um especialista até hoje”.
De acordo com o Dr. Augusto Colen Carrasco, especialista em fisioterapia cardiorrespiratória, um dos principais vilões de uma boa noite de sono é a apneia obstrutiva do sono, que pode ocorrer até mesmo em crianças. “Todos podem desenvolver esse quadro, mas os principais fatores de risco são ter mais de 60 anos de idade e apresentar obesidade. Os homens, em geral, também são duas vezes mais propensos a desenvolver a doença do que as mulheres. Por isso é fundamental procurar um médico especialista para realizar o diagnóstico por meio de exames clínicos e laboratoriais. A polissonografia é o exame de escolha para obter o diagnóstico e guiar o melhor tratamento”.
Carrasco dá algumas dicas que podem auxiliar a relaxar na hora de dormir como, por exemplo, praticar atividades físicas regularmente, evitar comidas pesadas antes de dormir, ter uma rotina de sono, dormir de 6 a 8 horas por dia, evitar ingerir cafeína e bebida alcoólica durante a noite, dormir em decúbito lateral com travesseiro adequado, além de evitar utilizar aparelhos eletrônicos (celular, computadores e TV) antes de se deitar. E destaca: “É importante procurar um especialista para diagnosticar a causa dos distúrbios do sono e tratá-lo o quanto antes, pois uma boa noite de sono pode ser melhor do que qualquer remédio”.