11 questões sobre os sonhos que a ciência já responde

Nos últimos cinco anos, pesquisas com o uso de técnicas como eletroencefalograma, tomografia computadorizada e ressonância magnética trouxeram avanços para a compreensão dos processos mentais envolvidos nos sonhos. Os estudos modernos buscam decifrar a natureza dos devaneios noturnos e compreender seu papel ao substituir as interpretações psicanalíticas pelo método científico, ancorado em dados e testado em laboratórios.

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Por que algumas pessoas se lembram dos sonhos e outras não?

Para recordar é preciso acordar em meio a um sonho, e preferencialmente durante a fase REM (sigla em inglês para movimento rápido dos olhos), o último dos estágios de cada ciclo do sono. Ainda assim, ao longo de qualquer experiência onírica, a serotonina, o neuromodulador responsável pela memória, está ausente. Lembra-se mais de sonhos do fim da noite, quase amanhecer, quando a serotonina volta a ser naturalmente produzida pelo organismo.

 

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Por que os sonhos, mesmo nem sempre sendo assustadores, costumam ser absurdos, de puro nonsense?

Com a parte do cérebro responsável pelo pensamento racional desligada durante a noite, a mente fica livre para associar memórias, sensações e experiências de maneiras muito diferentes das que ocorrem na realidade. Inexiste, portanto, ordem ou lógica. Essa sinfonia atonal ocorre fundamentalmente nas últimas fases de cada ciclo de sono.

 

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Dá para acordar e depois continuar no mesmo sonho?

Como os sonhos são causados por uma sequência de ações neuronais padronizadas, é possível que eles se desdobrem em “capítulos”, com as mesmas memórias e áreas do cérebro sendo ativadas. É semelhante ao processo seguido pelos pesadelos recorrentes.

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Por que temos pesadelos?

Esses teriam sido os primeiros tipos de sonho em seres humanos, uma adaptação evolutiva construída pela mente para enfrentar mentalmente ameaças da natureza e, assim, proteger a espécie. Crianças, com o cérebro ainda em formação, costumam ter muitos pesadelos e sofrem com os terrores noturnos — imagens ou flashes de angústia e pânico que surgem nas primeiras fases do sono.

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Conseguimos treinar o cérebro para evitá-los?

Há pelo menos quinze anos médicos e psicólogos usam técnicas de sugestão e visualização para modificar pesadelos. Com treino diário e acompanhamento terapêutico, o conteúdo pode ser amenizado e até mesmo desaparecer.

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Por que quase nunca morremos no sonho?

É raro, mas não impossível. Normalmente, a pessoa acorda pouco antes ou logo depois da cena fatal. Como os sonhos são uma ferramenta evolutiva para ensaiar o futuro, não haveria vantagem na simulação da própria morte. Mas, quando alguém “morre” sonhando, é comum que isso se dê durante o sono REM, momento no qual a experiência de delírio é mais fantasiosa.

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É possível escolher ter um tipo determinado de sonho?

Não. Mas há um tipo que nos faz imaginar ser possível controlá-lo. É o chamado sonho lúcido, em que, na definição de um renomado pesquisador do assunto, o americano Stephen LaBerge, “sonhamos sabendo que estamos sonhando”. Nele o córtex pré-frontal, parte do cérebro responsável pela racionalização, fica ativo, ao contrário do que acontece nas versões usuais. Em torno de 20% das pessoas têm ao menos uma experiência desse tipo ao longo da vida — oito em dez pessoas, portanto, nunca conseguirão tal lucidez. Alguns indivíduos têm um nível mais alto de percepção. Seu cérebro identifica o devaneio ao perceber que os eventos não fariam sentido algum fora dele.

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Os animais sonham?

Não dá para saber com certeza, pois os animais, claro, não falam. Os mamíferos têm uma fase de sono REM longa, associada à presença de sonhos. No entanto, muitas vezes, nada ocorre durante esse estágio.

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Uma pessoa em estado de coma sonha?

Nessa situação não costumam existir variações cerebrais que proporcionam o sonho, como o estágio REM. Portanto, em teoria, não seria possível, nem no coma natural nem no coma induzido por medicamentos. Há, no entanto, relatos de alucinações oníricas. Essas experiências poderiam ser causadas por variações na ação dos medicamentos — seriam, então, um efeito indesejado dos remédios.

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E os cegos, sonham?

Sim, só que, em vez de imagens, os cegos de nascença vivenciam sensações sonoras, gustativas, táteis e olfativas. O sentido predominante é a audição — os sonhos dos deficientes visuais costumam ser uma trilha sonora de uma imagem escura. Para quem ficou cego depois de algum tempo tendo enxergado, ainda que com extrema dificuldade, a memória visual persiste, e os sonhos ocorrem tal qual com os aptos a enxergar.

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Há quem sonhe em preto e branco?

A maior parte das pessoas diz sonhar em cores, mas, na metade do século XX, despontaram estudos relatando versões em preto e branco. Não por acaso, coincidiram com o advento da televisão em preto e branco. Havia, portanto, uma referência visual a partir da qual nasciam os sonhos. De acordo com esse raciocínio, hoje só sonharíamos em cores. Não é bem assim. Os sonhos, em sua origem, são constituídos de tons menos vívidos. O colorido é como uma película aplicada posteriormente pelo cérebro, ao acordar. Quando a lembrança é do formato primário, o sonho relatado terá sido em preto e branco.

 

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/11-questoes-sobre-os-sonhos-que-a-ciencia-ja-responde/

Foto: Negreiros/VEJA

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