A apneia obstrutiva do sono é uma doença que atinge milhões de pessoas ao redor do mundo todo. No Brasil o quadro não é diferente. Em um estudo epidemiológico realizado com a uma amostra da população da cidade de São Paulo, observou-se uma prevalência de 32,9% deste distúrbio respiratório do sono.
A apneia obstrutiva do sono é caracterizada por obstruções recorrentes parciais ou totais da via aérea superior durante o sono. Estas obstruções causam respostas agudas, como alterações das pressões dentro do tórax, fragmentação do sono e quedas intermitentes da saturação de oxigênio. E por consequência podem afetar diversos sistemas do organismo, como por exemplo o sistema cardiovascular.
Muitos avanços científicos sobre a fisiopatologia, diagnóstico e tratamento desta doença vêm sendo alcançados. E por falar em tratamento, em casos mais acentuados de apneia obstrutiva do sono, o tratamento padrão ouro indicado por especialistas é a utilização do CPAP.
O CPAP é um equipamento que gera um fluxo de ar contínuo na via aérea superior (região onde ocorre a obstrução) durante o sono. Para que este ar entre na via aérea, é utilizado um circuito acoplado a uma máscara preferencialmente nasal, mas também pode ser uma máscara oronasal/facial, a depender do caso e sempre por meio de correta avaliação.
Mas aí você pode estar se perguntado: de onde surgiu a ideia de tratar apneia obstrutiva do sono com CPAP?
Vamos à história! Na década de 80, o pesquisador australiano Colin Sullivan propôs a utilização de uma máquina de pressão positiva que “empurra” o ar para dentro das vias aéreas, impedindo que haja o fechamento da passagem do ar. Para isto ele pegou o motor de um aspirador de pó (não, você não leu errado) invertido, conectado à uma máscara de mergulho.
De lá para cá, muita tecnologia e sofisticação vem sendo empregada para tratar a apneia obstrutiva do sono, melhorando sintomas associados, como sonolência excessiva diurna, roncos, despertares e sensações de sufocamento, por exemplo.
As máscaras que são utilizadas no tratamento da apneia obstrutiva do sono vão acopladas ao CPAP e são anatomicamente ajustáveis, possuem diversos tamanhos, diferentes modelos e confeccionados com material siliconado agradável de utilizar, já que vão em contato direto com a pele. Os circuitos não leves e apresentam cumprimento adequado para serem conectadas ao CPAP.
Quando o quesito é tecnologia, os dispositivos de CPAP mais modernos são mais silenciosos, proporcionam capacidade de armazenamento de dados e possibilitam a monitorização à distância. Eles permitem ainda que uma titulação da pressão de ar ideal de tratamento seja realizada. Com toda esta tecnologia, aliada ao acompanhamento de profissional especializado, o tratamento fica mais personalizado e assertivo.
Já na sofisticação, podemos citar a capacidade de acrescentar umidificadores específicos para melhorar o conforto durante a utilização do equipamento. Eles são acoplados ou já vem embutidos no CPAP e permitem que o fluxo de ar gerado seja devidamente umidificado, reduzindo sensação de ressecamento da via aérea, umidificando nariz, boca e garganta, permitindo uma condição mais fisiológica e melhorando a adaptação ao tratamento.
Citando ainda a sofisticação dos equipamentos mais modernos de CPAP, eles permitem o ajuste gradativo da pressão do ar, bem como a titulação de pressão ideal para atingir a “dose ideal” de pressão de tratamento. Podem contar também com a função automática de liga-desliga, excluindo a necessidade de acionar manualmente o botão de liga-desliga, pois o equipamento possui sensibilidade programada para perceber quando a respiração é iniciada ou quando o equipamento é desacoplado.
Eles possuem visor por onde os dados da programação do equipamento podem ser verificados, bem como os dados de utilização, permitindo um feedback do tratamento e podem também estar associados à aplicativos de smartphones. E para completar, as máquinas de CPAP são cada vez menores, mas claro, sem perder a capacidade de tratar.
Podemos perceber então que a gama de recursos tecnológicos e de sofisticação dos equipamentos de CPAP é vasta.
Felizmente, o tratamento da apneia obstrutiva do sono é viável e seu manejo requer presença de profissionais especializados para diagnóstico, indicação de tratamento adequado, adaptação e acompanhamento personalizado, incluindo médicos e fisioterapeutas.
A Physical Care é uma empresa que possui leitos para realização de exame diagnóstico e conta com um time especializado de fisioterapeutas atuantes na área do sono para adaptação ao CPAP e acompanhamento individualizado, sempre em conjunto com o médico de cada paciente.