A ligação entre má qualidade do sono e doença de Alzheimer (DA) foi recentemente sugerida. Como os níveis de melatonina endógena são reduzidos já em estágios DA pré-clínicos, é importante perguntar se a reposição do hormônio em falta seria benéfica na DA e se esses efeitos seriam relacionados com a presença de distúrbio do sono em pacientes.
Em uma pesquisa divulgada na Clinical Interventions in Aging foi estudada uma amostra de 80 pacientes (50,7% do sexo masculino), com idade média de 75,3 anos (variando de 52-85 anos), com diagnóstico de DA de leve a moderada, com e sem insônia e recebendo terapia padrão (inibidores da acetilcolinesterase, com ou sem a memantina), os pacientes foram tratados por duas semanas com placebo e randomizados para receber 2 mg de melatonina de liberação prolongada ou placebo a cada noite durante 24 semanas, seguidas de duas semanas de placebo. Para avaliação da amostra, foram utilizadas a: Assessment Scale-cognição EA (ADAS-cog), teste para atividades instrumentais de vida diária (AIVD), teste de mimimental (MMSE) e índice de qualidade do sono de Pittsburgh (PSQI).
Os doentes tratados com melatonina de libertação prolongada tinham melhora cognitiva significativa do que os tratados com placebo. A eficiência do sono, medida pelo PSQI também foi melhor com melatonina. No subgrupo com insônia, o tratamento com melatonina de liberação prolongada produziu efeitos clinicamente significativos em comparação com o placebo. Os valores medianos ADAS-cog também foram significativamente melhor.
O estudo conclui que a melatonina de liberação tem efeitos positivos sobre o funcionamento cognitivo e na manutenção do sono em pacientes com DA em comparação com placebo, especialmente em pessoas com insônia.